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Manifestações atingiram estágio de revolta, dizem comentadores

Os protestos contra os resultados das eleições de 9 de Outubro deixaram de ser simples manifestações, evoluindo para uma revolta popular contra as instituições do Estado. Quem assim o diz são os comentadores do Noite Informativa, Fernando Lima e Samuel Simango.

O dia-a-dia mostra que a situação tem sido de tumultos. Para o comentador do programa Noite Informativa, da STV Notícias, Samuel Simango, o que acontece tem outro nome.

”A elite que governa deve entender esta transição de manifestação para revolta. Exactamente porque a revolta não vem prescrita na Constituição, há uma necessidade de a elite política dominante encontrar soluções políticas para a revolta. Enquanto para as manifestações nós encontramos soluções a partir das leis, a revolta só tem soluções políticas. Deve-se entender que o que estamos a viver agora não é apenas manifestação, mas sim revolta”.

Já Fernando Lima, que secunda a posição de Simango, argumenta que há descrédito nas instituições, que é causado por elas próprias.

“Existe, de facto, uma revolta, uma oposição em relação às instituições, decorrentes da forma como as instituições estão a tratar os representados. Ora, os representados vão sistematicamente às eleições para escolher quem nos representa. Se os representados sentem que o seu voto foi roubado, que o seu voto não representa o seu querer. Então, estamos a criar uma subversão a este princípio que acordamos que a sociedade seria organizada”.

Os comentários surgem num contexto em que o país regista uma nova forma de manifestações, com recurso a “panelaço” e proibição de circulação de viaturas pelos manifestantes.

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