Membros da Renamo em Quelimane exigem a demissão do delegado provincial
Um grupo de membros da Renamo, partido de oposição em Moçambique, reuniu-se nas instalações da delegação provincial da agremiação em Quelimane, onde expressaram descontentamento e exigiram a demissão do actual delegado, Inácio Reis.
O protesto, que contou com a presença de diversos chefes de postos administrativos, teve como pano de fundo a insatisfação com a gestão da delegação política provincial da Renamo, marcada por restrições à manifestação dos seus membros.
“Queremos perceber se a orientação foi do presidente ou de uma outra pessoa. Queremos saber porque não se deixa os membros da Renamo, na Zambézia, marcharem”, afirmou Virgílio Benedito, chefe de posto, em declarações ao jornal “O País”. Benedito destacou que a falta de comunicação e de pronúncias por parte da liderança do partido têm contribuído para a perda de membros, um problema que se acentua passados dois meses das últimas eleições.
Sitiana Domingos, outra figura proeminente entre os manifestantes, denunciou a falta de colaboração entre o delegado provincial e os demais membros. Segundo Sitiana, Inácio Reis impôs restrições à utilização dos símbolos da Renamo, recomendando que, caso desejassem realizar marchas, os membros deveriam encontrar um local apropriado e evitar o uso da bandeira do partido. “Ele diz que, se quisermos marchar, temos que arranjar um lugar para nos concentrarmos. Diz para deixarmos de usar a bandeira da Renamo e para avisarmos o cabeça-de-lista para criar um símbolo para marchar”, acusou.
Em resposta a estas alegações, Inácio Reis defendeu a posição da liderança da Renamo, enfatizando que a agremiação possui um comando central que todos os membros devem respeitar. “A Renamo não está feliz com os resultados, mas a Renamo tem um comando. E é esse comando que, todo aquele que é membro, tem que respeitar e obedecer”, declarou Reis, desvalorizando as queixas dos dissidentes.