Pelo menos 70 civis foram mortos em ataques do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), em dois estados do sul e sudeste do Sudão nos últimos dois dias, anunciou hoje uma ONG local.
Os ataques tiveram lugar nos estados do Nilo Branco e do Nilo Azul, onde “dezenas de pessoas ficaram feridas e dezenas de milhares foram deslocadas”, refere a ONG Nidaa al Wasat em comunicado.
“Os combatentes das RSF atacaram a zona de Tadamon, no estado do Nilo Azul, matando 48 cidadãos, ferindo dezenas e desalojando milhares de pessoas das suas casas”, detalha-se no comunicado, que cita “testemunhas oculares sobreviventes do massacre”.
“Extermínios étnicos e genocídios de cidadãos foram deliberadamente levados a cabo, sem misericórdia (…) dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas das aldeias de Ruru, Ahmar, Ruru, Jarwa, Qali, Al Jammam e Wad Abouk”, acrescenta-se no comunicado.
Ataques semelhantes tiveram lugar na zona de Taboun, no estado do Nilo Branco, onde 22 pessoas foram mortas. Vários habitantes da região ficaram feridos e outros foram capturados.
De acordo com a nota, os combatentes das RSF, um poderoso grupo paramilitar em conflito com o exército desde abril de 2023, atacaram estas aldeias no Nilo Azul e no Nilo Branco após a sua derrota na cidade vizinha de Sinja, capital do estado de Sennar.
O exército sudanês anunciou, em 23 de novembro, que tinha expulsado as RSF de Sennar, que estava sob controlo dos insurrectos desde junho.
A guerra eclodiu em 15 de abril do ano passado devido a um desacordo entre o exército e as RSF sobre a inclusão dos paramilitares no poder que surgiu após o golpe de 2021, que pôs fim à tentativa de democratização do país após o derrube do antigo presidente Omar al-Bashir em 2019.
Dezenas de milhares de pessoas foram mortas desde o início da guerra no Sudão, um conflito que fez do país palco da pior crise mundial de deslocados internos, por forçar 11 milhões de pessoas a fugir das suas casas. (RM-NM)
Fonte: RM